terça-feira, 16 de novembro de 2010

Catapora no Rio preocupa pais


Com a proximidade do verão, doenças típicas da época, como dengue e virose, sempre deixam os pais em alerta. Mas é uma que vem preocupando pelo aumento de casos nos últimos meses. Desde o início de agosto, a varicela, mais conhecida como catapora, tem levado muitas crianças ao serviço público de saúde. A melhor forma de prevenção é a vacina, mas ela não está disponível nos postos da rede pública por não fazerem parte do calendário básico de vacinação. A doença é causada por vírus e transmitida com muita facilidade. O contágio pode se dar pelo ar ou contato direto com a pessoa infectada.

Os sintomas são bem conhecidos. Os mais visíveis são as bolhas que se espalham por todo o corpo. Elas podem aparecer dentro da boca, nariz, orelhas, entre outras partes do corpo. Coceira e febre também são muito comuns. Embora não seja uma doença fatal, os médicos aconselham cuidados, pois pode haver risco de agravamento do quadro.

A pediatra Elizete dos Santos Rodrigues, médica há 32 anos, alerta para o peridgo de infecção secundária, pneumonia viral, infecção no ouvido e meningite. “Se a criança estiver com a imunidade baixa, o risco da catapora evoluir para uma outra doença é grande. Ao aparecerem os primeiros sintomas, os pais devem procurar atendimento médico imediatamente, para avaliação”, Na Clínica de Saúde da Família Augusto Boal, na Maré, e no Posto Médico de de Irajá, onde a doutora Elizete atende, a média diária de crianças com catapora nos últimos três meses ficou entre oito e cinco casos.

A menina Louize Marie Lírio, cinco anos, contraiu catapora no mês de setembro e deu um grande susto nos pais. “Por conta da doença, minha filha desenvolveu uma lesão nos olhos e infecção no ouvido. Ela teve que tomar antibióticos e ficou afastada da escola por 15 dias”, conta Márcia Lírio, mãe de Louize. Além dos transtornos, um outro problema trazido pela catapora é a marca deixada pelas bolhas na pele. Depois que começam a secar, formam-se cascas onde as bolhas estouraram que, se forem arrancadas, podem deixar cicatrizes permanentes.

Louize tem outros dois irmão que também ficaram doentes. Os pais que quiserem imunizar seus filhos têm que desembolsar uma quantia de R$180,00 por dose. São necessárias duas. Márcia disse conhecer a existência da vacina, mas por conta custo não pode proteger os filhos.

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina contra catapora só está disponível na rede pública para portadores de quadros clínicos específicos: pessoas com deficiência imunogênicas congênitas ou adquiridas. As populações indígenas, por serem mais vulneráveis, também são vacinadas. Não há previsão para a incorporação da vacina contra varicela no calendário básico de vacinação da criança.

A doutora Elizete afirma que a vacina é a melhor forma de prevenção mas que, mesmo assim, ainda existe a chance de contágio: “É raro mas, quando acontece, os sintomas são bem mais leves e não trazem tanto incômodo para as crianças”. Os pais que queiram imunizar os filhos devem procurar clínicas especializadas em vacinas e não esquecer de consultar sempre o pediatra.

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